Se tiveste 1 ou mais bebés, provavelmente sentes que a tua barriga está diferente do que era antes de engravidares. Talvez tenhas algumas estrias ou pele solta, ou talvez algumas pessoas ainda te perguntem quando vais ter o bebé :( . É triste, mas é verdade, acontece.
Muitas mulheres sentem fraqueza a nível da parede abdominal, algumas nem sequer sentem os abdominais (foi o meu caso), ou vêm uma espécie de "cone" no meio da barriga durante determinados movimentos (por exemplo, ao levantar da cama). Embora não se sinta dor, é sem dúvida, desconcertante.
Tudo isto é bastante comum.
Lembra-te de uma coisa: acabaste de fabricar e de dar à luz um bebé, o teu corpo passou por mudanças enormes para desenvolver uma nova vida. É mesmo espetacular!
Para quem não sabe, o que é a Diástase Abdominal?
É a separação natural dos músculos abdominais (reto abdominal) que ocorre durante a gravidez. Não é um rasgar ou uma inflamação, Não. É um esticar e enfraquecer da linha alba (tecido conectivo que junta os dois lados do reto abdominal). Muito frequentemente, a diástase abdominal é diagnosticada com base na largura do espaço entre os músculos, por norma, uma largura de 2 dedos ou mais quando o tronco está fletido.
Durante a gravidez, tanto quanto se sabe, a diástase não pode ser evitada, pois a linha alba vai mesmo esticar para acomodar o bebé em segurança, portanto, é mesmo algo natural. Mas então e no pós-parto? Na verdade, varia muito de mulher para mulher.
Um estudo de 2016 descobriu que às 6 semanas pós-parto, 60% das mulheres ainda tinham diástase abdominal com cerca de 2 dedos. Ao fazer 12 meses, o número desceu para 32,6%. A gravidade das suas diástases pós-parto variavam de larguras entre os 2 (média) e mais de 4 dedos (severa).
Portanto, algumas mulheres recuperam naturalmente com o tempo, para outras, as mudanças podem ser a mais longo prazo ou mesmo definitivas se nada fizerem para tentar tratar.
Para mulheres com diástases maiores e mais profundas, pode ser verdadeiramente problemático, não apenas a nível estético mas no desempenho diário. Para além da típica barriga saliente, não conseguem fazer exercícios de força mais desafiantes, corridas ou treinos com impacto, sofrem de dores nas costas, desconforto pélvico constante, perdas de urina ou mesmo incontinência urinária e fecal, prolapsos de útero e bexiga, hérnias ao longo da barriga e na coluna, entre outros.
O que significa tratar ou "curar" a Diástase Abdominal? Porque a diástase é muitas vezes diagnosticada clinicamente pelo espaço entre os dois lados do reto abdominal, os médicos costumam usar o termo "curar" quando esse espaço fecha. No entanto, os conhecimentos evoluíram bastante nos últimos anos.
Atualmente, o foco deverá ser maior na perda de densidade do tecido conetivo e na incapacidade de produzir tensão na linha alba, que podem comprometer a função da parede abdominal. Por outras palavras, existe menos preocupação em reduzir o espaço e mais ênfase em conseguir uma excelente ativação abdominal e restabelecer a força em toda a parede abdominal.
Então quando falamos em curar a diástase, estamos a falar de recuperar a funcionalidade da parede abdominal.
Para além desta definição mais clinica, curar pode significar coisas diferentes para diferentes pessoas. Para uma mulher, pode significar voltar a treinar com cargas pesadas, que exige o seu abdominal fortalecido como um todo. Para outra, pode ser sentir-se confiante e confortável em usar determinadas roupas ou a ver-se ao espelho.
"Quanto tempo"? É talvez, a pergunta que mais me fazem. Na verdade, depende muito de uma pessoa para outra, devido a vários fatores, por exemplo, genética, idade, número de gravidezes, largura e profundidade da diástase, bem como dos objetivos que a pessoa tenha.
As boas notícias? Eu sei que o exercício ajuda a melhorar a força e função dos abdominais portanto não te conformes com o "ser comum" e com o fato de muitas mulheres sofrerem do mesmo que tu. O ser comum não significa que seja normal.
Vou deixar-te aqui algumas dicas que refiro tanto no meu livro como nos meus programas específicos:
Para terminar, esta questão de recuperar da diástase abdominal, não é preto ou branco, às vezes pode ser cinzento, daí haverem centenas, senão milhares de exercícios adequados bem como respetivas regressões e modificações, consoante os casos.
Ter consciência corporal e prestar atenção ao nosso corpo é super importante para tirar partido de qualquer exercício específico para ajudar a recuperar a função do core e melhorar a aparência da diástase abdominal. Se precisas de ajuda, tenho programas incluídos na subscrição regular na minha app como o Strong Core 1 e 2, bem como um programa específico de 6 semanas, chamado Mamãs Inc 2.0.
Não te esqueças: a recuperação leva tempo. Sê paciente contigo!